As regatas oficiais da 51ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela Daycoval foram concluídas na manhã desta segunda-feira (22) no Yacht Club de Ilhabela. Os mais de 100 barcos inscritos no maior evento da modalidade na América Latina participaram de duas provas desafiadoras de percurso longo: Alcatrazes e Toque-Toque.
A Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil teve ao todo 55 milhas náuticas e foi marcada por muita variação de vento na ida e na volta do arquipélago do litoral norte paulista. Pelo menos o tempo ajudou com temperaturas agradáveis para o inverno brasileiro.
Os barcos das classes ORC e BRA-RGS partiram 12h10 do domingo (21) após o desfile no Píer da Vila e alguns só voltaram com o dia raiando. Os velejadores foram recebidos durante toda a madrugada com sopa.
O primeiro a cruzar a linha de chegada – o chamado Fita-Azul – foi o Crioula, que busca o tricampeonato da SIVI Daycoval. Mas no tempo corrigido de sua classe, que é a ORC, a vitória ficou com o +Bravíssimo do Espírito Santo, seguido pelo argentino Mago e pelo uruguaio Albariño.
”Foi a regata que favorecia barcos pequenos como era previsto! É como se fosse um jogo, os grandes e mais rápidos vão explodindo minas ao longo do caminho e a gente conseguiu aproveitar essa informação e conseguir linhas melhores de vento”, explicou Alfredo Rovere, proeiro do +Bravíssimo.
Os estrangeiros, que novamente enchem a raia da SIVI Daycoval em Ilhabela (SP), completaram o pódio da classe ORC. Os uruguaios do Albariño, nome em referência a um vinho do país, fizeram a festa charrua no píer do YCI durante a madrugada.
”Foi uma regata muito legal, divertida e com pouco vento! Uma disputa muito equilibrada do começo ao fim. Tem muita gente boa navegando e vamos com a garra charrua até o fim! A SIVI é conhecida na América do Sul e apostamos em correr, mesmo com muito esforço de trazer o barco do Uruguai. Fomos bem recebidos”, disse Marcelo Cipollina.
Na BRA-RGS, o Zeus (Paulo Moura) foi o vencedor no tempo corrigido depois de 12 horas de regata, seguido pelo Pangea (Jorge Carneiro) e Barco Brasil (José Guilherme Caldas). Na versão B, o melhor da Toque-Toque foi o Tanuki (Rafael Torrentin).
”Fizemos uma excelente regata e soubemos administrar bem desde a largada.
Contornamos a ilha por volta das 20h com pouquíssimo vento, mas mar muito calmo.
Apor contornamos tomamos a decisão de voltar mais próximo ao continente apostando na entrada do nordeste e fomos muito felizes com essa tática, conseguimos chegar muito bem e fazendo Fita-Azul”, disse Gereba Carvalho, do Zeus.
Toque-Toque
Na Toque-Toque, uma ilha que fica em São Sebastião (SP), o percurso foi de 23 milhas e os veleiros da Clássicos, C-30 e RGS-Cruiser participaram da disputa, um pouco mais curta que a Alcatrazes, mas com as mesmas dificuldades relacionadas aos ventos!
Na Clássicos, o Vendetta (André Gick) ganhou no tempo corrigido com seu Tratan 41 após 7 horas e 34 minutos. Na sequência vieram KamehaMeha (Alberto Kunath) e o Morgazek (Michele D’Ippolito), que foi o Fita-Azul e é o homenageado da SIVI Daycoval 2024.
”Sensacional. Foram muitas horas, muitos desafios. Vento que trava, vento que acabava. Subiu o balão umas quatro, cinco vezes. Foi fantástico. A gente fez boas escolhas. Foram várias boas escolhas. Muita sorte e uma equipe sensacional que desempenhou um sincronismo, uma harmonia que gerou bons resultados”, contou Michele D’Ippolito.
Na RGS Cruiser, a antiga Bico de Proa, o Pegasus (Lucas de Azambuja) foi o vencedor, seguido pelo João das Botas (Nicacio Filho) e Náutico II (Frederico Grunewald). São ao todo 25 veleiros nesta categoria. Na RGS-C, o ganhador da Toque-Toque foi o Rainha (Leonardo Pacheco).
Na C-30, o Loyalty 06 superou nos metros finais, bem na chegada ao Yacht Club de Ilhabela (YCI), o barco Relaxa. Deu para contar no relógio: 10 segundos de vantagem entre os primeiros colocados!
O veleiro de Alex Leal é o atual campeão da SIVI Daycoval na C-30 e no ano passado saiu com a medalha de ouro na última regata e com combinação de resultados. Parece que a sorte e competência da tripulação andam lado a lado.
”Foi uma disputa intensa até o final da regata. Qualquer metrinho, qualquer soprinho de rajada fazia diferença, porque o vento foi diminuindo. Então foi muito desgastante, assim, principalmente psicológico, porque a gente tinha que aproveitar cada momento”, contou Mário Tinoco, atleta da seleção brasileira de vela SSL.
O Tonka completou o pódio da primeira regata do calendário da Semana Internacional de Vela de Ilhabela Daycoval com sete barcos na raia. A equipe conta com Robert Scheidt a bordo, nosso maior medalhista olímpico. A prova de estreia foi marcada por variação de vento em quase todo o percurso.
A segunda-feira (22) é um dia de folga para descanso e reparo de material. A 51ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela Daycoval volta na terça-feira (23) com a Regata Mitsubishi Eduardo Souza Ramos, a partir de 12h para todas as classes.
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